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sábado, 30 de julho de 2011

Plantas das edificações das fazendas do Período Colonial - 1890


Quadro da arquitetura civil no Brasil no Período Colonial

Planta do Capão do Bispo e vista da fachada da casa. Perceber as colunas e a escadaria à direita. Embaixo, os porões (senzalas?).






quarta-feira, 27 de julho de 2011

A simbiose entre o Instituto de Arqueologia Brasileira e o Capão do Bispo.

Na assinatura da petição, Teresa Franco escreveu o seguinte comentário:
"O IAB é uma instituição de pesquisa séria e a Casa do Capao do Bispo é a alma desta instituição, um não existe sem o outro". Em poucas palavras Teresa captou a nossa essência. O Capão e o IAB têm suas histórias misturadas, como numa simbiose. Como exemplo vamos tomar o que ocorre entre as algas e os fungos, que deu origem aos líquens. Enquanto um dá o oxigênio, o outro garante a morada e o alimento. Esse é o espírito dessa simbiose entre o Capão do Bispo e o IAB. Enquanto o Capão do Bispo abriga o IAB há 37 anos, o IAB, por sua vez, com seus pesquisadores lhe dão a vida. Um é o outro.
Obrigada Teresa.
IABenses.

terça-feira, 26 de julho de 2011

sábado, 23 de julho de 2011

Laboratório de Antropologia Biológica

Neste laboratório são realizadas além da curadoria e catalogação, a análise de material ósseo humano proveniente dos enterramentos encontrados nos sítios arqueológicos.

Campo

Sítio do Caju, Campos, Lilia Cheuiche e Glaucia Sene realizam a limpeza da urna.

Sítio do Caju - enterramento primário, repleto de acompanhamentos funerários, coberto por várias urnas cerâmicas, totalmente evidenciado.

Gruta do Gentio II, Unaí, MG. "Acauã" - enterramento conservado de uma criança. Processo de mumificação natural devido às condições da gruta onde foi encontrado - ambiente seco e pH neutro. Seus coprólitos (fezes ressecadas) foram analisados e demonstraram ovos de ancilostomídeos e Trichiuris sp.

Laboratório

O estudo do ósseo humano é importante para compreender o modo como nossos habitantes viviam.

Mensuração de crânio.


Laboratório de Arqueologia

No Laboratório de Arqueologia são realizadas a curadoria e catalogação do material coletado nos sítios arqueológicos, tais como: cerâmica, lítico, ósseo animal e malacológico. Além desse processamento, são  realizadas também as análises de material cerâmico e lítico.


Análise de material cerâmico proveniente do Sítio do Sr. Hiuton.

domingo, 17 de julho de 2011

Pequeno Histórico da Casa de Fazenda do Capão do Bispo

"Pertenceu a Dom José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco (1713-1805 Rio de Janeiro), o primeiro bispo do Rio de Janeiro*, nascido nesta cidade e foi edificada no final do século XVIII. Era sede de imensa propriedade rural, foi um dos principais núcleos disseminadores de mudas de café rumo ao interior, cujas plantações representariam a base da economia da região do Vale do Paraíba durante o século XIX. Após a morte do bispo, a propriedade é transferida para seus herdeiros e com o passar dos anos parte de sua área foi loteada. Em meados do século XX, a casa, então abandonada, foi ocupada por várias famílias de baixa renda e transformada em cortiço. Na década de 1970 a casa, então em péssimo estado de conservação e ameaçada de desmoronamento, foi desapropriada pela Administração Estadual e em 1974, iniciada sua restauração para a instalação do Centro de Estudos Arqueológicos** do Rio de Janeiro".
* Por isso, seu atual nome;
** IAB-CEA - Instituto de Arqueologia Brasileira-Centro de Estudos Arqueológicos.

Dom José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco

Fonte: BIENE,   M.P. van 2007.  A arquitetura das casas-grandes remanescentes dos engenhos de açúcar no Rio de Janeiro setecentista. Dissertação de Mestrado em História e Teoria da Arte. EBA/Universidade Federal do Rio de Janeiro, 200p. il.


A Casa de Fazenda do Capão do Bispo

"Casa de Fazenda com as características das edificações rurais setecentistas da área em torno da Baía de Guanabara, isto é, com larga varanda na fachada e pátio central, ambos providos de colunas toscanas de alvenaria de tijolos suportando o telhado em telha vã, e o acesso por meio de escada no lado esquerdo da fachada. A escada lateral comunica ao conjunto impressão de integridade. Edifício de grande simplicidade, com esquadrias de vergas arqueadas, revestimento liso e forro de acabamento simples. No interior, capela* com teto abobadado e balaustrada de madeira nas janelas, apresentando um vão de treliça que a une ao vestíbulo. A capela se localiza no corpo da casa com acessos ao seu interior e para a varanda".

* a capela está consagrada à Nossa Senhora da Conceição.



Fonte: BIENE,   M.P. van 2007.  A arquitetura das casas-grandes remanescentes dos engenhos de açúcar no Rio de Janeiro setecentista. Dissertação de Mestrado em História e Teoria da Arte. EBA/Universidade Federal do Rio de Janeiro, 200p. il.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Abaixo-assinado desocupação da Casa de Fazenda do Capão do Bispo




http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N12164


Os arqueólogos e demais signatários desse documento, tendo tomado conhecimento de que o Governo do Estado do Rio de Janeiro solicitou que o IAB – Instituto de Arqueologia Brasileira desocupe a Casa de Fazenda do Capão do Bispo, e considerando que: 

1. o IAB – Instituto de Arqueologia Brasileira ocupa a referida Casa há 37 anos ininterruptamente e durante todos estes anos zelou pela Casa, inclusive realizando intervenções necessárias para sua manutenção; 
2. o IAB transformou a Casa do Capão do Bispo em um centro de formação de pesquisadores e referência científica para a Arqueologia Brasileira; 
3. mesmo com a expiração do Termo de Ajuste com o Estado, o IAB manteve suas obrigações com o referido Termo, quais sejam manter a Casa funcionando; 
4. apesar da expiração do Termo de Ajuste o Estado sempre esteve informado da presença do IAB na Casa; 
5. o IAB acaba de obter do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, através de Projeto submetido aquele órgão, autorização para realizar, com verba própria, a reforma do telhado fronteiriço da Casa, conforme comunicado ao INEPAC; 
6. na Casa do Capão do Bispo atuam, presentemente, cerca de 20 pessoas, entre coordenadores, pesquisadores, técnicos e funcionários, já tendo sido formados ali dezenas de outros pesquisadores, atuantes em diversos estados do país; 
7. a Casa do Capão do Bispo possui a guarda do material de pesquisas próprias e de terceiros (cerâmica, lítico, ósseo, malacológico, louça, arte rupestre, etc.), segundo as normas vigentes do IPHAN. 

Não havendo qualquer justificativa para o fechamento de um Centro de Pesquisas desta importância e magnitude, sendo incalculáveis os prejuízos para a Arqueologia Brasileira, caso isso venha a se concretizar, os signatários desse documento requerem que seja revista à decisão de retirar o referido Centro de Pesquisas de onde se encontra, permitindo a continuidade das pesquisas que ali vêm sendo desenvolvidas há quase quatro décadas. 




A saída do grupo de pesquisadores do IAB da Casa de Fazenda do Capão do Bispo implicará não só na paralisação do Centro de Estudos Arqueológicos, como também na dispersão inicial dos pesquisadores e alunos-estagiários até posterior superação dessa crise, instaurando-se uma lacuna irreparável nos trabalhos científicos conduzidos com seriedade e que se encontram em andamento.

A Casa: manutenção






Desde a sua ocupação, a Casa de Fazenda do Capão do Bispo não passa por uma reforma. Houve somente uma tentativa de realização de obra em 1996. Nessa intervenção, a empreiteira contratada iniciou a obra e deixou grande parte somente iniciada, como: a retirada do reboco externo da Casa, destelhamento da sua parte posterior e retirada do piso dos laboratórios de arqueologia e antropologia biológica. A empreiteira, no entanto, confeccionou bancadas de alvenaria no laboratório de arqueologia para guarda e análise do material, bem como a pavimentação da rampa de acesso à Casa. De qualquer forma, grande parte do que se observa externamente hoje na Casa de Fazenda do Capão do Bispo deve-se a essa tentativa de reforma, que infelizmente não pôde ser concluída devido a problemas com a empreiteira contratada, que estava devidamente autorizada pela EMOP e fiscalizada pelo IPHAN. Após isso, inúmeros reparos e intervenções foram feitos por nós, como: retirada de dezesseis caminhões de entulho após o abandono dessa obra, conserto do telhado da parte posterior da Casa, reparação no reboco interno para reocupação dos laboratórios acima referidos, rebaixamento da bancada e colocação das pias no laboratório de arqueologia, troca de caibros com infestação de cupins, reboco e pintura na fachada da frente da Casa, troca da caixa d’água da parte fronteiriça para a área dos banheiros e, mais recentemente, troca do portão e conserto da calçada da rua. Todas essas intervenções foram efetuadas através de verba própria proveniente dos pesquisadores ou de alguns projetos finalizados em que há uma taxa administrativa que contempla recursos para administrar a Casa.



Inúmeras foram as vezes em que os pesquisadores se empenharam para equacionar problemas de estrutura da Casa, todas estas com anuência do INEPAC, bem como do IPHAN, que acabou de aprovar e autorizar o projeto de recuperação do telhado enviado por nós no ano de 2010.
Apesar de tudo, o funcionamento da Casa vem se mantendo normalmente de 2ª. a 6ª. feira, com expediente externo de 11:00 às 16:00 horas e interno de 9 às 17:00h, o que pode ser constatado por visita local e consulta ao livro de presença.
Diante disto, é inegável que a Casa do Capão do Bispo está hoje de pé graças à presença dos pesquisadores que nela trabalham desde 1974. Ao completar 50 anos no dia 29 de abril deste ano, o IAB totaliza quase 40 anos de ocupação da Casa do Capão do Bispo, gerando uma imensa identificação entre a instituição e a Casa, inclusive sendo referência para a comunidade Científica.

Acervo Arqueológico

Exposição na Casa de Fazenda Capão do Bispo.


E) Acervo Arqueológico
            Em função das inúmeras pesquisas ali realizadas, a Casa do Capão do Bispo abriga um considerável acervo arqueológico, tal como:
1. Acervo do Projeto de Pesquisas Arqueológicas Serra do Cabral, Minas Gerais, formado por alguns milhares de peças líticas, além de cerâmica, ósseo e centenas de metros de decalques de arte rupestre;
2. Acervo dos Projetos GASCAB, GASDUC e GASJAP, projetos de salvamento arqueológico, que coordenamos durante a instalação de dutos da Petrobras. Formado por cerâmica, lítico e, principalmente, material histórico (louça, vidros, metais);


3. Acervo de sítios arqueológicos do Espírito Santo (cerâmica, lítico, histórico), que está sob nossa guarda, segundo exigências do IPHAN;
4. Acervo do sítio histórico Jardim Suspenso do Valongo, salvaguarda a partir de trabalhos de escavação realizados pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro;
5. Acervo do material proveniente do Sambaqui da Tarioba, em Rio das Ostras (cerâmica, lítico, malacológico, ósseo humano e animal, histórico).
            Deve-se ressaltar, que temos a guarda deste material na Casa do Capão do Bispo, função reconhecida e credenciada pelo IPHAN. A Casa faz também a guarda de material de outros pesquisadores e/ou instituições, uma vez que os mesmos não possuem local de guarda, caso do Espírito Santo, o que se constitui em uma exigência do IPHAN. Recentemente acertamos com a Scientia Consultoria Científica a guarda do material de sítios do Rio de Janeiro relativos ao Mineroduto Minas-Rio.


Material em processo de análise.

Pesquisas de Salvamento




2- Pesquisas de Salvamento
- Salvamento de sítios históricos no Vale do Elefante (Tijuca); Aqueduto da Carioca; “Ilha” de Sepetiba; Ilha das Cobras e Metropolitano da Cidade do Rio de Janeiro, com a Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Guanabara, até 1978;
- Salvamento de sítios históricos com a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, no Engenho do Viegas; Engenho Valqueire; Pelourinho (Picota) da Pavuna; Jardim do Valongo e Cemitério dos Pretos Novos da Gamboa, de 1998 em diante; Cemitério da Praça XV;
- Resgate arqueológico de Salto Grande, República do Uruguai, representando o Brasil, patrocinado pela UNESCO em 1978;
- Programas de Salvamento Arqueológico no Estado do Tocantins, com a UNITINS de 1998 em diante;
- com a Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro, gasoduto de Itaboraí, 2001/2002 e Xerém/Petrópolis;
- com a Petrobrás, gasoduto/oleoduto de Quissamã à Macaé, 2003; GASDUC de Macaé à REDUC entre 2008-2010 e GASJAP da REDUC à Japeri em 2009;
- Projetos de Salvamento e Monitoramento Arqueológicos com a Rhea-Estudos e Projetos Ltda., em diferentes municípios do Estado do Espírito Santo desde 2005.
Além das pesquisas acadêmicas e de salvamento, realizamos algumas solicitadas pelo INEPAC, para avaliar o potencial arqueológico e realizar salvamento em determinadas regiões como:
- 1994 – Prospecções na Região do Apicum de Guaratiba, dentro do Programa Integrado entre a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, INEPAC e o IAB;
- 1996 – Prospecções no Município de Miracema e análise do material para exposição por solicitação do INEPAC e Casa de Cultura de Miracema;
 – Salvamento Arqueológico na Capela São Gonçalo do Amarante;
- 1997 – Salvamento Arqueológico Sítio Sambaqui da Tarioba, transformado em Museu em 1999, por solicitação do INEPAC e Fundação Rio das Ostras de Cultura;
- 1996 – Solicitação de vistoria na Igreja São Joaquim da Grama e Cemitério no município de Rio Claro;
- 2001 – Vistoria do Sítio do Rangel no Recreio dos Bandeirantes.
A maior parte dos trabalhos e pesquisas por nós realizados teve como centro de desenvolvimento a Casa do Capão do Bispo, desde a organização dos trabalhos de campo à análise do material recuperado, bem como a divulgação dos resultados em vários desdobramentos.

Atividades de Pesquisas


D) Atividades de Pesquisas
1- Acadêmicas
- Atuação nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais pelo Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas, organizado pela Smithsonian Institution e CNPq, entre 1965 e 1973;
- Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas na Bacia Amazônica, sob a mesma coordenação, nos estados do Acre e Amazonas, a partir de 1977;
- Organização do Programa de Pesquisas Arqueológicas no Vale do São Francisco em Minas Gerais, iniciado em 1970 e continuado pelos projetos “Serra do Cabral” e “Varzelândia” ou “Norte Mineiro”;
- Programa Litoral Fluminense, desenvolvido a partir de 1972;
- Efetivação de uma série de pesquisas (prospecções e escavações) em diversos sítios do estado do Rio de Janeiro e Minas Gerais entre 1961 e a atualidade.

Quem atua na Casa de Fazenda do Capão do Bispo



Atualmente, os pesquisadores em atividade no Capão, formam uma equipe de profissionais com nível de pós-graduação (5 com mestrado e 4 com doutorado), além de graduação em arqueologia, biologia, museologia e história. Há um representante do INEPAC na Casa, além de alunos-estagiários e duas pessoas que realizam a manutenção da Casa, totalizando 25 pessoas.

Como funciona o Centro de Pesquisas


 A Casa do Capão do Bispo está mobiliada com material obtido por doação do Município do Rio de Janeiro. Obtivemos ainda mobiliário cedido pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Além desse acervo, adquirimos inúmeras peças, ao longo dos anos tais como arquivos, mesas, cadeiras, estantes e fichários, além de equipamentos como lupas binoculares, para uso na Casa. Todo o mobiliário das exposições foi igualmente planejado e mandado confeccionar por nós, que o colocamos em uso, bem como todo o instrumental de análise.

Visitação



2- Visitação
Além dessas atividades, a Casa do Capão do Bispo é aberta à visitação, sobretudo de alunos dos Colégios próximos (que agendam com antecedência a visita); alguns da Zona Sul e estudantes do curso de Arquitetura. A visita é guiada por pesquisadores, juntamente com os professores responsáveis por aquelas turmas. Ressalta-se também a visita de alunos em grupos menores para consultas à nossa biblioteca, bem como de moradores e trabalhadores das fábricas próximas.
Outra forma de divulgação é realizada ao final das pesquisas de salvamento, quando a equipe de pesquisadores lotada ou não em campo, desenvolve atividades de educação patrimonial junto às comunidades próximas as áreas pesquisadas.

Exposição


1- Exposição

1974 – Arqueologia da Região Sudeste
Esta mostra foi montada para a inauguração da Casa do Capão – Centro de Estudos Arqueológicos, com acervo e mobiliário do IAB, então instituição convenente com o Estado da Guanabara para a criação e manutenção do primeiro centro estadual de pesquisas arqueológicas no país.

1981 – Arqueologia nos Estados do Acre e do Amazonas
Esta mostra representa o resultado das pesquisas arqueológicas desenvolvidas junto ao Programa de Pesquisas Arqueológicas na Bacia Amazônica – PRONAPABA. Esta exposição foi preparada em virtude da Casa do Capão ter sido em 1981 sede da II Reunião do PRONAPABA, ocasião em que recebeu e reuniu os pesquisadores participantes (Smithsonian Institution; Museu Paraense Emílio Goeldi; CNPq; Museo de La Plata, Argentina; Universidade do Espírito Santo e Museu de Arqueologia do Rio Grande do Sul).

1986 – Arqueologia e Pré-História do Sudeste
Montada inicialmente na Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ foi uma síntese dos vinte e cinco anos de pesquisas nos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, realizadas a partir do Capão do Bispo.

1994 – O povoamento Indígena da Cidade do Rio de Janeiro: da pré-história à Conquista.

2001 – IAB 40 anos – sua história, sua gente.
Resumo das pesquisas realizadas pelas equipes atuantes na Casa de Fazenda Capão do Bispo, inaugurada durante o Congresso da SAB em 2001, contando com a presença de vários pesquisadores de renome dentro da arqueologia brasileira.

Outras exposições, apresentadas em outros espaços, individualmente ou em parceria, mas tendo como Centro de Organização a Casa do Capão do Bispo, destacamos: Exposição Tradição e Ruptura (acervo) – com a Fundação Bienal de São Paulo, 1981; Arqueologia e Arte Rupestre na Região Sudeste, com a UERJ, 1986; Astronomia na Pré-História da América, com a Prefeitura da Cidade do Rio Janeiro, Planetário, 1990; A Idade do Gelo – O Homem e as Glaciações e o Brasil e a Antártica (apoio Museu Oceanográfico/USP), no Centro de Artes Calouste Gulbekian, 1991; Africanos Novos na Gamboa, um portal arqueológico no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, 2001; Museu do Sítio Sambaqui da Tarioba (escavação, criação e instalação), com a Fundação Casa de Cultura de Rio das Ostras, 1999, resultante a partir de solicitação do INEPAC, em função de achados arqueológicos na área; Arqueoastronomia, com o Museu de Astronomia e Ciências e Afins – MAST/CNPq; Módulo de Arqueologia Brasileira (acervo), com a Mostra do Descobrimento: Brasil 500 Anos, Parque do Ibirapuera, SP, 2000; Arqueologia da Serra do Cabral, no Centro de Referência do PESCabral, em Buenópolis, MG, 2011.

Divulgação


C) Divulgação

            Os resultados dos estudos arqueológicos realizados no Centro de Estudo do Capão do Bispo foram e são divulgados em seminários, workshops e congressos de arqueologia no Brasil e no exterior, assim como sua contribuição à bibliografia especializada, destacando o esforço da instituição no sentido de manter uma produção própria: Boletim do Instituto de Arqueologia Brasileira (com publicações em diferentes séries), além da colaboração em outros órgãos de divulgação. No tocante a associação representativa da comunidade arqueológica, Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, é mister consignar que o IAB, tendo como principal centro de nossas atividades ao longo do tempo a Casa do Capão do Bispo, sempre esteve representado na referida sociedade desde a sua fundação, quer na diretoria, quer nos conselhos e comissões, tendo inclusive os cargos de Presidência e Vice-Presidência da SAB, sido ocupados na pessoa do ex-Diretor de Pesquisas do IAB e seu atual presidente, Dr. Ondemar Ferreira Dias Junior.

Atividade de Ensino




B) Atividade de Ensino
            Na Casa de Fazenda do Capão do Bispo, visto ser o IAB reconhecido pelo CNPq como formador de pesquisadores, alunos-estagiários receberam e recebem orientação sistemática absolutamente gratuita, incluindo atividades de campo e análise de laboratório. Pela Casa do Capão do Bispo, já passaram mais de 180 alunos oriundos do curso de graduação em arqueologia da Estácio e de outros cursos e universidades. Vários dos seus estagiários, hoje, permanecem no Capão e outros são profissionais atuantes em diferentes instituições como:
- Dr. Ondemar Ferreira Dias Junior (Presidente do IAB);
- Dra. Lilia Maria Cheuiche Machado (in memorian);
- Dr. Paulo Roberto Gomes Seda (Pesquisador-Chefe, Vice-Presidente e Diretor de Pesquisas e responsável pelo Laboratório de Arte Rupestre do IAB; Professor Adjunto de História da América UERJ; Coordenador do NUCLEAS-UERJ);
- Dra. Rosângela Menezes (representante do Conselho Técnico Superior; Pesquisadora-Chefe; responsável pelo Laboratório de Análise de Lítico do IAB);
- Profa. Laura da Piedade Ribeiro da Silva (Pesquisadora-Chefe e responsável pelo Laboratório de Antropologia Biológica IAB);
- Msc. Eliana Teixeira de Carvalho (Museóloga da Prefeitura do Rio de Janeiro);
- Prof. José Antonio Alves Azevedo (Pesquisador do Laboratório de Arqueobiologia);
- Juber Brandão de Decco (Diretor-Tesoureiro do IAB, Técnico em Arqueologia e responsável pela Casa junto ao INEPAC);
- Profa. Carmen Salvador (Técnica em Arqueologia);
- Msc. Marco Aurélio Camara Zimmermann (Prof. Assistente da UNITINS);
- Dr. Marcos Pereira Magalhães (Museu Paraense Emílio Goeldi);
- Dra. Márcia Bezerra (Profa. Adjunta Universidade Federal do Pará);
- Arqueóloga Christiane Lopes Machado (Diretora da Rhea Estudos e Projetos Ltda., Comissões da SAB – Ética e Boas Práticas Profissionais e Diretoria da SAB-SE);
- Msc. Cintia Jalles de Carvalho de Araujo Costa (Pesquisadora-Associada do IAB, Museu de Astronomia e Ciências Afins);
- Dra. Glaucia Aparecida Malerba Sene (Pesquisadora-Chefe, Secretária do Departamento de Pesquisas do IAB; Profa. Colaboradora do Museu Nacional);
- Dra. Lúcia de Fátima Pangaio Seda (Pesquisadora-Chefe; responsável pelo Laboratório de Arqueobiologia);
- Dra. Sibeli Aparecida Vianna (Profa. Adjunto da PUC-Goiás/IGPA e Coordenadora do Curso de Arqueologia; Diretoria da SAB);
- Dra. Rosicler Theodoro (Profa. Adjunto da PUC-Goiás/IGPA);
- Dra. Andrea Lessa Pinto (Profa. Adjunta do Museu Nacional do Rio de Janeiro);
- Dra. Guadalupe do Nascimento Campos (Pesquisadora do Museu de Astronomia e Ciências Afins);
- Arqueóloga Denise Chamum Trindade (Pesquisadora-Assistente e responsável pelo Laboratório de Arqueologia);
- Profa. Adriana Sardemberg da Silva (Professora);
- Msc. Munique Cardoso Cavalcante (Pesquisadora-Assistente do IAB);
- Msc. Rogério Basile (Pesquisador-Assistente do IAB);
- Msc. Beatriz Ramos da Costa (Arqueóloga do Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville);
- Profa. Ayala Santos Pessôa (Pesquisadora-Assistente do IAB, Mestranda em Arqueologia do Museu Nacional);
- Msc. Angélica Estanek Lourenço (Pesquisadora-visitante);
- Profa. Georgina Ribeiro da Silva (Colaboradora-técnica em arqueologia);
- Thiago Bastos de Souza (Pesquisador-Auxiliar do IAB, aluno da UERJ e bolsista Mobilidade Internacional da Universidad de Jaén – Espanha);
- Ana Machado Borela (estudante de história da UFRRJ);
- Michael Junior de Oliveira (Pesquisador-Auxiliar do IAB, Bolsista PIBIC/UERJ);
- Elis Vasconcelos (Pesquisadora-Auxiliar do IAB);
- Victor dos Santos Romero Antunes (Pesquisador-Auxiliar do IAB)



Entidades Cooperantes



5 – Entidades Cooperantes
A colaboração de diferentes instituições tem sido de fundamental importância para os estudos desenvolvidos na Casa do Capão do Bispo: Sociedade de Arqueologia Brasileira, Fundação Instituto Osvaldo Cruz, Smithsonian Institution, Museu Nacional da UFRJ, Museu de História Natural da UFMG, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, INEPAC, UFF, UERJ, dentre outros, além das prefeituras dos municípios envolvidos nos trabalhos de pesquisa.

Atividades de Pesquisa




4 – Atividades de Pesquisa
A maior parte dos trabalhos de pesquisas realizados por nós teve como centro de desenvolvimento a Casa do Capão do Bispo desde a organização dos trabalhos de campo à análise do material recuperado, bem como a divulgação dos resultados em vários desdobramentos.


Coordenação das Pesquisas


3 – Coordenação das Pesquisas
Toda e qualquer pesquisa arqueológica se desenvolve segundo parâmetros legais, apoiada na legislação federal pertinente e sob a responsabilidade de um profissional reconhecido pelo IPHAN, representando a instituição atuante neste campo da pesquisa científica (Lei 3924 de 26 de julho de 1961). Atualmente a coordenação de pesquisa arqueológica conduzida pelo Centro de Pesquisas da Casa do Capão do Bispo está sob a responsabilidade, junto ao IPHAN, do Dr. Paulo Roberto Gomes Seda.

Núcleos de Documentação




2 – Núcleos de Documentação
2.1- Documentação Fotográfica
Núcleo que reúne o acervo que registra as etapas dos trabalhos desenvolvidos pela equipe do centro de pesquisas.
2.2- Biblioteca e Mapoteca
Biblioteca e mapoteca especializadas e atualizadas à disposição do Centro e com atendimento permanente à consulta de alunos e profissionais de História, Ciências Sociais, Arqueologia e Biologia. 

O que funciona na Casa de Fazenda do Capão do Bispo





Como um centro de estudos orientado para a pesquisa e ensino da arqueologia, a Casa do Capão do Bispo abriga os serviços inerentes ao trabalho proposto e que podem ser sumarizados nos seguintes itens:

A) Pesquisa
1 – Laboratórios de Análises

1.1- Laboratório de Arqueologia
Análise e interpretação do material proveniente de sítios arqueológicos, coletados através de escavações e prospecções. Atualmente, realiza-se a análise do material lítico do sítio Gruta do Gentio (Minas Gerais) e material cerâmico do Sítio Sr. Hiuton, originário de pesquisas arqueológicas no Espírito Santo (prestação de serviços).





1.2- Laboratório de Antropologia Biológica
Análise dos esqueletos humanos exumados dos sítios pré-históricos. Atualmente a equipe vem realizando análises do Sítio Sambaqui da Tarioba – RJ (3ª. Jornada) e re-análise do material do Sítio Gruta do Gentio II, MG.


  
1.3- Laboratório de Arqueobiologia
Estudo e reconhecimento dos restos de fauna recolhidos nas escavações e que servem de indicadores seguros para reconstituição da dieta alimentar das antigas populações das áreas pesquisadas. No momento estão sendo realizadas análises em torno do Sítio Sambaqui da Tarioba.



1.4- Laboratório de Arte Rupestre
Pesquisa, catalogação e estudo das pinturas e gravações pré-históricas descobertas em cavernas e abrigos com ocupação arqueológica. Atualmente vimos trabalhando nos painéis da Serra do Cabral, Buenópolis, Minas Gerais.




Por que funciona o Centro de Pesquisas Arqueológicas na Casa de Fazenda Capão do Bispo


A Casa da Fazenda do Capão do Bispo, imóvel tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN em 1947, localiza-se na Avenida Dom Hélder Câmara, 4616, Del Castilho e pertence ao Patrimônio Imobiliário do Estado do Rio de Janeiro. A Casa é ocupada desde 1974 por um Centro de Pesquisas Arqueológicas, organizado entre o então governo estadual e o Instituto de Arqueologia Brasileira, IAB.

A instalação do Centro de Estudos Arqueológicos – CEA (publicada no D.O. de 14 de janeiro de 1974) objetivou uma utilização que buscasse um aproveitamento cultural efetivo e, sobretudo, compatível com a importância do espaço tombado. Em conseqüência, foi ativado o convênio de cooperação entre o Governo do Estado e o Instituto de Arqueologia Brasileira (processo nº E 13.700/241 de 10 de setembro de 1973), que culminou com o Termo de Ajuste, elaborado pela Procuradoria do Estado da Guanabara e assinado entre as partes em 22 de janeiro de 1974 (publicado no D.O. de 28 de janeiro de 1974), pelo qual foi permitida cessão de uso da Casa de Fazenda do Capão ao Instituto de Arqueologia Brasileira.
O Termo de Ajuste celebrado entre o Estado da Guanabara e o IAB acordava a atuação conjunta a fim de organizar e promover a instalação de exposições de arqueologia e um programa de desenvolvimento de pesquisas e divulgação da arqueologia brasileira. Nesse documento o Estado se comprometeu a fornecer o local e demais instalações em imóvel do seu patrimônio, necessários ao cumprimento do acordo supracitado. O IAB, por sua vez, se comprometeu a fornecer material técnico para a instalação e funcionamento dos laboratórios de pesquisa, montagem de biblioteca e mapoteca especializadas, além de profissionais qualificados que pudessem atuar na pesquisa, ministrando cursos, palestras, organizando eventos para divulgação dos referidos estudos.
Até então, o Capão do Bispo, estava sendo ocupado como um abrigo coletivo para cerca de 60 famílias. A partir da reforma e assinatura do Termo de Ajuste transformou-se em um centro de formação de pesquisadores e referência científica para a Arqueologia Brasileira.
Tendo expirado o prazo de cinco anos, estipulado pelo Termo de Ajuste em 1979, foi imediatamente proposto ao Estado a sua renovação (Processos nºs 03/568/79 ou 15.994/79. O então secretário de Educação e Cultura manifestou-se verbalmente quanto a não necessidade da referida renovação, visto ter sido cumprido o objetivo cultural do termo, ou seja, o de instalar e fazer funcionar um centro de pesquisas; portanto, não se justificaria estabelecer novo convênio de cooperação, estando o centro em plena atividade. No entanto, o IAB vem desde então, mantendo a referida solicitação, por meio de processos encaminhados, objetivando o estabelecimento de colaboração mútua em bases mais eficazes.
Deve-se ressaltar que, em todos estes anos, mesmo com o Termo de Ajuste a muito expirado, nunca deixamos de cumprir nossas obrigações com a Casa, mantendo-a funcionando e atendendo aos pesquisadores e vizinhança. Apenas, nos últimos anos, tivemos que desativar a exposição, em função das condições do telhado fronteiriço. Contudo, acabamos de obter autorização para seu conserto, com verba advinda de nossas pesquisas.