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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Portal Terra - vc repórter: Instituto de Arqueologia perde unidade no Rio (30/08/2011)

A unidade carioca do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), na Casa da Fazenda do Capão do Bispo, no bairro Del Castilho, está em seus últimos dias. A Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, dona do imóvel, pediu de volta o bem, que deve ser entregue nesta quarta-feira.
A instituição é particular, mas sem fins lucrativos e ocupa o prédio desde 1974. O IAB ainda promove reuniões científicas, exposições, cursos especiais e ciclos de conferência no campo da arqueologia, além de formar pesquisadores. Segundo funcionários do Instituto, o contrato com o Estado expirou há anos. Houve várias tentativas de renovar, mas nunca foi atendida pelo governo.
De acordo com a Secretaria de Estado de Cultura, o IAB fechou um acordo com a antiga Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo do Governo da Guanabara para ocupar a Casa. O acordo expirou cinco anos depois da ocupação e nunca foi renovado.
O prédio, que fica em uma área de 6 mil m², é um dos primeiros tombamentos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Segundo a Secretaria, o IAB nunca pagou pelo uso ou deu qualquer contrapartida ao Estado, além de não cuidar da devida manutenção do imóvel.
A Secretaria ainda informou que o espaço será restaurado, conforme o Iphan vem requisitando desde 2006, e receberá uma destinação que atenda ao interesse público. O Instituto de Arquitetos do Brasil deve liderar um concurso de ideias para a ocupação do local.
Para a Secretaria, o governo está apenas dando andamento a um processo que se arrasta há anos e cumprindo seu dever de zelar pelo patrimônio público.
O IAB possui mais de 185,5 mil peças arqueológicas na Casa do Capão do Bispo, além de manter 20 pesquisadores matriculados. Ainda não se sabe se a sede do Instituto, na cidade de Berford Roxo (RJ), tem capacidade para receber o material.
O Instituto informou ainda informou que a maioria dos pesquisadores devem interromper seus trabalhos por não poder se mudar para a sede. O local possui seis prédios para a guarda de acervo, reserva técnica, área para exposição, quatro laboratórios e alojamentos para pesquisadores visitantes.
De acordo com o IAB, um abaixo assinado com 1.600 assinaturas foi entregue à Secretaria de Estado de Cultura e uma manifestação, organizado pela comunidade, deve ocorrer no próximo sábado (3) em favor da permanência da instituição no local.
Os internautas Paulo Seda e Lúcia Pangaio, do Rio de Janeiro (RJ), participaram do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra.

Comentário Lúcia Pangaio:
Bom dia a todos os internautas!
Mais uma vez, temos que comentar porque a Secretaria de Cultura se equivoca em suas declarações... não é verdade que não pagamos nada durante esse tempo que estamos lá. Afora pagarmos todas as pequenas reformas que realizamos devido a uma desastrosa intervenção feita pela EMOP em 1996, em que toda a fachada e lateral foram retiradas e deixadas no tijolo, realizamos uma obra no telhado por conta de uma figueira centenária, condenada pelo IPHAN que caiu no Lab. de Antropologia Biológica - NÓS ARCAMOS COM ESSE ÔNUS, SRA. SECRETÁRIA! Pagamos também para restauro da fachada que foi desgraçada pela obra desastrosa realizada na década de 90 e que delapidou bastante o patrimônio. Além disso temos desde ABRIL, QUANDO SOUBEMOS QUE SERÍAMOS DESALOJADOS, VERBA E AUTORIZAÇÃO DO IPHAN PARA REALIZAR AS REFORMAS NA PARTE FRONTEIRIÇA DO TELHADO. NÃO O FIZEMOS, LOGICAMENTE POR CONTA DESSE IMBRÓGLIO QUE ESTAMOS VIVENDO. Então internautas, temos a verba, autorização, mas não podemos consertar o telhado que é um dos principais problemas estruturais da Casa por causa do INEPAC e da Secretaria de Cultura do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Já sugerimos à esta Secretaria: vamos, juntamente com o Museu Nacional do Rio de Janeiro e o MAST, ambos em São Cristóvão somados ao Capão do Bispo, fazer um PÓLO FORMADOR DE PESQUISADORES E FAZER UM OUTDOOR PERMANENTE PARA ESTE GOVERNO... Vamos nos sentar e conversar, pois é conversando que a gente se entende. Ah, e por último, mas super importante: Não vamos entregar a Casa.
Lúcia Pangaio - Pesquisadora do Capão do Bispo desde 1986!



Comentários Paulo Seda:
A Secretaria de Cultura falta com a verdade com afirma que nunca demos contrpartida por nossa permanência n que nunca cuidamos devidamente da Casa. Eles estão cientes de tudo que já fizemos ali, inclusive que temos autorização e verba para o conserto do telhado fronteiriço, o que só não ocorreu devido a esse absurdo 'despejo'. Nossa maior contrapartida foi ter mantido, todos estes anos, a casa de pé. A Secretaria insiste em falar do IAB, mas se nega a assumir que, com sua atitude, está levando a extinção um centro de pesquisas e formação de pesquisadores. Não temos notícia que esta demanda se arraste há anos. Somente em abril deste ano foros informados do 'despejo' e desde então vimos tentando uma solução administrativa, solicitando insistentetemente uma audiência com a Secretária de Cultura e seu assessores. Somente na última 5a. feira a Secretaria informou que nos receberá no dia 26/09, mas que a data de 31/08 para nossa saída estava mantida! Qual o sentido disso? O que se pretende marcando uma reunião para após a nossa saída? Esta decisão põesem risco um acervo arqueológico de mais de 185.000 peças, acompanhano de vasta documentação, que é Patrimônio da União (temos apenas a salvaguarda). Por isto mesmo, como as tentativas administrativas parecem ter se esgotado, o assunto, no momento, já está na esfera federal, com o IPHAN e a Procuradoria da República - Meio Ambiente e Patrimônio Cuiltural. Assim, a casa não será devolvida nesta 4a. feira: permaneceremos ali, com a Casa aberta e trabalhando normalmente, recebendo a todos, como fazemos há 37 anos, como forma de resgaurdar nossos direitos e proteger o vultoso e significativo patrimônio cultural que a casa abriga, resultado de anos de trabalho, muitas vezes financiado com dinheiro público. Uma tentativa de nos retirar dali nesse momento, representará um ato de violência e arbitrariedade do Governo do Estado que acreditamos e rogamos não se perpretará.

Um comentário:

  1. Como morador do bairro do Cachambi e Ex-Representante do CEC-Conselho Escola Comunidade,e tendo em vista que,desde 2005,atraves de ofício,reivindico a Secretaria de Cultura do Estado,que seja providenciadas obras de restauração,tendo em vista o grande valor cultural do imóvel.
    Por diversas vezes visitei o Casarão,e fui muito bem recebido pelos funcionários do IAB,os quais sempre demostraram atenção especial aos visitantes e,tambem constatei a organização,técnicas,zelo e os cuidados que são dados aos vários acervos que se encontram sob a responsabildade do IAB.
    A permanencia do IAB no casarão,para nos,moradores,significa uma honra em ter esta Instituição de renome internacional,atuando próximo ao nosso bairro.
    Pelas considerações expostas acima,e pela divida de gratidaão que a sociedade tem pelo IAB,É QUE DOU MINHA OPINIÃO FAVORÁVEL PELA PERMANENCIA DA RESPECTIVA INSTITUIÇÃO NA CASA DA FAZENDA DO CAPÃO DO BISPO.
    Rubens Quintella

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